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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pequena gralha - agarrada num traço a lápis

Eu não poderia deixar de falar nesse espaço do Grupo Lume. Embora eu não conheça tão a fundo seu trabalho, durante um tempo significativo de minha trajetória, grande parte do treinamento físico que realizei proveio de uma pesquisadora que bebeu muito dessa fonte campineira: Cátia Massotti. Então falemos do espetáculo KAVKA – agarrado num traço a lápis, que permanece em cartaz no SESC Consolação (Teatro Anchieta) até 02/08 (ou, de acordo com o site do SESC, seria dia 24/08?).

Começo pelo ponto mais forte: as formas. A beleza formal do espetáculo é de deixar de queixo caído. O corpo de Ricardo Puccetti nesse seu monólogo é extremamente vivo e pulsante. Cada movimento, totalmente coreografado e incrustado de organicidade, gera seu significado próprio.

Tudo vai muito bem até começar o texto. A impressão que tenho é que nenhuma palavra precisaria ser dita, diante de formas que comunicam tão bem. Parece que não há conexão entre fala e forma, o que gera uma poluição. O enredo passa a ficar quase desconexo, de difícil entendimento, o que resulta em mais um trabalho que chamo de cabeção.

O espetáculo o tempo todo me remeteu à dança. Após terminar, quando peguei o programa, me deparei com uma sinopse que explica tratar-se de uma noite imaginária em que Franz Kafka “mergulha em seu mundo interior”. Novamente o que considero o elemento presente na maioria dos espetáculos de dança: a subjetividade. Como falar concretamente do inconcreto?

É mais um espetáculo que me aflora questões de dramaturgia em seus diversos campos: da cena, do ator, do texto. E nesse sentido, minha vontade é de correr pros braços de Denise Stoklos!!!

Independentemente de qualquer coisa, KAVKA (que significa pequena gralha) – agarrado num traço a lápis é um espetáculo que merece ser visto. Mais informações sobre o grupo, visite: http://www.lumeteatro.com.br/ (de onde foram extraídas as fotos aqui publicadas).





CRIAÇÃO E DRAMATURGIA: Ricardo Puccetti e Naomi Silman - Inspirado em fragmentos de textos de Franz Kafka e Ricardo Puccetti. ATUAÇÃO: Ricardo Puccetti. DIREÇÃO: Naomi Silman. CENOGRAFIA: Maxim Bucharetchi. MÚSICA ORIGINAL: Uri Frost. CLARINETISTA: Harold Rubin. MÚSICA INCIDENTAL: MAMBOS de Yma Sumac. DESENHO DE LUZ: Eduardo Albergaria. DIREÇÃO E MONTAGEM DE VÍDEO: Julia Zakia (Gato do Parque). FIGURINO E ACESSÓRIOS: Juliana Pfeifer. CONFECÇÃO DE FIGURINO: Sanny Rigor. INSTRUTOR DE MÁGICA: Ricardo HaradaCENOTÉCNICO: Marcos Pinto (Marcutti). PRODUÇÃO EXECUTIVA: Cynthia Margareth. REALIZAÇÃO: LUME Teatro.

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