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quinta-feira, 27 de junho de 2013

O NARIZ QUE REVELA A ALMA




Imagine um império
Onde um único impropério
É motivo para a morte
Até do sujeito dito forte.

 
Regra que não cabe ao bobo
Que em nome do supremo riso
Pode ser cruel como um lobo
E a verdade expressar sem juízo.

 
Eis um dos precursores do palhaço
A quem dedico este humilde espaço
Para desmistificar sua função
E expor seu poder de unção.

 
Não se trata de personagem
Ou de simples caricatura
Raso é atrelá-lo à bobagem
Nem é psicológica criatura.

 
É um ser que o presente vive
Com ingenuidade e leveza
Usa lógica infantil
Para o mundo subverter.

Uma espécie de detetive
Que investiga a beleza
De forma pueril
Para criatividade verter.

 
Em cena seus defeitos expõe
Ao próprio ridículo não se opõe
Em nome de uma arte corajosa
Que de transformação é desejosa.

 
Cercado pela brincadeira
Joga sempre com a plateia
Combinação verdadeira
Que desencadeia panaceia.

 
Fazer rir é instrumento
Cabe a certo momento
Mas deste não é refém
Seu propósito vai além.

 
Não se iluda, caro leitor
Com nariz vermelho, figurino ou maquiagem
Palhaço não é só o ator
É quem tem consciência da engrenagem.


 
Adriano Rizk
27/06/2013



quarta-feira, 26 de junho de 2013

PALAVRAS



Palavras criam realidades
Trazem à tona sentimentos
São frutos de pensamentos.

 
Mas quem são elas?
Onde começam?
O que expressam?

 
Palavras podem gerar guerras
Provocar caos mental
Causar doença terminal

Será mesmo possível exprimir amor somente em palavras?
Quanto vale um eu te amo quando não parte do coração?
Quanto vale uma vida exclusivamente composta de razão?

 
Palavras podem simbolizar fragilidade
Difundir ilusão de poder
E o conseqüente risco de se corromper.

 
Morte às palavras?
Não! E como ficaria a poesia?
Um mundo sem fantasia?

 
A questão é a importância dada à racionalidade:
Palavras como fonte de absoluta verdade
Carregam a mais profunda artificialidade.


 
Adriano Rizk
26/06/2013