Se, assim como Aladim, você estivesse diante do
gênio da lâmpada e o mesmo lhe concedesse três desejos, o que pediria?
Tornar-se rico, casar-se com alguém improvável ou obter fama são alguns
exemplos de desejos que povoam o imaginário de um número significativo de
pessoas, as quais buscam manifestá-los através da lei da atração.
Recentemente assisti a um ótimo filme chamado CLICK
(com Adam Sandler). É a história de um homem de classe média baixa, que quer
tanto melhorar a situação financeira da família, que a deixa de lado em nome de
seu trabalho. Até que um dia, ganha um controle remoto universal que permite
manipular sua própria vida: através dele, é possível baixar o som do latido de
seu cachorro, colocar em pausa pessoas que o incomodam, avançar no tempo (para
o futuro) como forma de não ter que viver suas brigas com a esposa...
Inicialmente, esse controle remoto universal, parece
tão mágico quanto a lâmpada de Aladim, só que o protagonista não conta com
ocorrências, como: ao desejar obter imediatamente uma promoção profissional,
que o chefe promete para poucos meses adiante, é direcionado para o momento
exato em que inicia no novo cargo. Contudo, diferente da afirmação do chefe, o
prazo decorrido é de um ano. E ele não se lembra de nada que aconteceu nesse
período, é como se tivesse deixado de viver um ano inteiro de sua vida.
Outra surpresa é que, depois de um tempo, todos os
comandos repetidos no controle remoto com muita frequência, passam a ser
automáticos. Por exemplo, como ele sempre pula as brigas com a esposa, ao
simples sinal de um desentendimento com a mulher, o controle remoto já o leva
para um momento futuro. Certo dia, mesmo sem querer esquivar-se da briga,
quando a discussão iniciaria, ele é direcionado para um momento futuro em que o
casal está divorciado (durante esses saltos temporais, ele não se lembra do que
acontece, mas continua em um modo automático, inexpressivo, convivendo com as
demais pessoas como se fosse um zumbi).
O que parecia ser um presente, mostrou-se o pior dos
pesadelos ao protagonista: em busca do total controle de sua própria vida, o
descontrole instaura-se! E é exatamente isso o que acontece quando entregamos o
controle de nossas vidas e nossos desejos ao ego e à nossa criança interior.
Esse filme exemplifica muito do funcionamento da lei
da atração: o Universo atende a todos os nossos desejos, não apenas três, como
na versão da Disney para o conto de fadas Aladim e a Lâmpada Maravilhosa. Mas
será que temos real consciência sobre o
que estamos desejando?
Após feito o pedido, a lei da atração, responsável
pela manifestação de nossos desejos, funciona a partir da integração entre o
que acreditamos e confiamos. Embora haja uma complexidade maior envolvida,
apenas para facilitar essa compreensão, podemos considerar que o que
acreditamos está mais intimamente ligado ao pensamento e ao ego, enquanto o que
confiamos têm uma relação maior com o sentimento e nossa criança interior.
Como exemplo, podemos citar que um desejo no qual
não acreditamos ser possível manifestar, desperta sentimentos negativos, dando
a sensação de que não houve manifestação. Outra possibilidade é de acreditarmos
tanto em algo, que criamos pressão sobre o Universo, por meio de expectativas.
Nesse caso, nosso coração também sente-se pressionado, por isso novamente a
sensação é de resultados negativos.
Na verdade, a lei da atração está em constante
funcionamento, a manifestação sempre acontece. O problema é quando nosso
aspecto humano (composto pelo ego e criança interior) não a enxerga. Ao se
fixar no desejo e no planejamento que institui com seus próprios tempos e
diretrizes pré-determinadas, o ego acaba não enxergando a manifestação de
outras rotas, que levam ao mesmo destino, mas por estradas diferentes, em
tempos também distintos.
Em essência, a criança interior é responsável pela
nosso destemor, leveza, brincadeira. Uma criança interior ferida, pode ser
mimada, birrenta e não ter senso do que pode fazer ou não bem. Se você der um
doce a uma criança antes do almoço, é muito provável que ela perca o apetite,
prejudicando sua refeição.
O ego é nosso lado mais adulto que traz referências
sobre a materialidade da vida. Ele pode tanto educar como oprimir a criança
interior, É muito comum a distorção do ego, como se sua função fosse de
controle. Em essência, a nobre missão do ego é abrir caminhos para a expressão
dos propósitos da alma no planeta Terra.
Ego e criança interior, em essência, são parceiros
da alma. Os verdadeiros desejos, aqueles que tem como base o amor e a evolução,
provêm da alma. Todavia, como a alma comunica-se de modo muito sutil, cabe ao
ego captar tais informações e decodificá-las para a fisicalidade.
Por exemplo: para o ego em desconexão com a alma,
poder é algo egoísta, isto é, o interesse próprio vem em primeiro plano.
Enquanto para o ego integrado à alma, poder é nossa capacidade de compartilhar
amor.
Vale a pena percebermos que nem o ego, nem nossa
criança interior são vilões. E nosso maior desafio nessa vida é sustentarmos
sua integração com a alma. Uma excelente maneira de viabilizar isso é
investigarmos sempre nossos desejos e nos perguntarmos a que eles servem: ao
poder egoísta do ego, à criança interior ferida ou aos propósitos da alma?
Vejamos um exemplo real de uma cliente minha: após
assistir ao documentário O Segredo, criou uma tela mental com o objetivo de
adquirir um determinado carro. Pouco tempo depois, ofereceram um automóvel do
mesmo modelo para que seu marido comprasse através de suaves prestações. Ela
ficou em êxtase por conseguir manifestar seu desejo, embora aquela alegria não
tenha se sustentado por muito tempo, já que havia criado a expectativa de que o
carro traria a felicidade que buscava para sua vida.
O veículo acabou trazendo mais dívidas, sem contar
que seu custo de manutenção era alto demais para a realidade da família naquele
momento. Eles acabaram tendo de
vendê-lo. Entretanto, essa experiência fez com que ela percebesse que seu verdadeiro desejo não era apenas
material, mas também espiritual. A questão é que ela não se sentia merecedora
da felicidade. Isso fez com que me procurasse e déssemos início a um lindo
processo psicoterapêutico, no qual a cada dia expressa mais evolução.
A felicidade sempre nos está disponível. O ego e a
criança interior ferida é que às vezes não querem enxergá-la ou não tem a
coragem de mantê-la presente. Por isso é sempre tão importante cuidarmos para
que ego, criança interior e alma entrem em sintonia. Essa é a chave que a lei
da atração utiliza para manifestar o amor incondicional do Universo. E todos
somos merecedores desse amor!!!
Adriano Rizk
Psicoterapeuta Transpessoal, Tarólogo, Astrólogo
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